Friedrich (Fritz) Miescher nasceu em Basel, Suíça. A família Miescher era muito respeitada e parte da elite intelectual em Basel. O pai de Friedrich era um médico e ensinava anatomia patológica; seu tio, Wilhelm His, era um embriologista muito conhecido.
Miescher era um excelente estudante, apesar de sua timidez e sua deficiência auditiva. Inicialmente quis ser padre, todavia seu pai foi contra a idéia e Miescher matriculou-se na faculdade de medicina. Quando se formou em 1868, Miescher excluiu especialidades em que interações com pacientes fossem necessárias. Ele decidiu fundamentar sua carreira na pesquisa médica e foi para a Universidade de Tübingen para estudar com Felix Hoppe-Seyler na faculdade de ciência natural.
O laboratório de Hoppe-Seyler foi um dos primeiros na Alemanha a trabalhar com química dos tecidos. Na época, cientistas ainda estavam debatendo o conceito de “célula”. Hoppe-Seyler e colaboradores estavam isolando as moléculas que constituem as células. Miescher teve a tarefa de pesquisar a composição dos leucócitos – as células brancas do sangue.
Essas células eram difíceis de extrair dos gânglios linfáticos, mas foram encontradas em grandes quantidades no pus de infecções. Miescher coletou bandagens de uma clínica e tirou o pus. Ele isolou uma nova molécula – a “nucleína” – do núcleo das células. Ele constatou que a substância era feita de hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo e havia uma proporção única de fósforo com nitrogênio. Ele pôde isolar a “nucleína” de outras células - mais tarde usou esperma de salmão onde também encontrou essa nova substância.
Apesar de maior parte de seu trabalho ter sido feita em 1869, Miescher não publicou seus resultados antes de 1871. Nucleína era uma molécula tão diferente que Hoppe-Seyler estava descrente dos resultados de Miescher e quis confirmá-los antes de sua publicação.
Miescher continuou a trabalhar com esta substância até o fim de sua carreira. Em 1872, Miescher foi nomeado professor de fisiologia na Universidade de Basel, posição anteriormente ocupada por seu pai e depois seu tio. A nomeação significou mais recursos financeiros e equipamentos para pesquisa, mas isso também significou que Miescher deveria lecionar. Miescher investiu muito tempo e esforço nas aulas, contudo ele não era um bom professor devido ao seu problema de audição e sua timidez. Além disso a preocupação com sua pesquisa também dificultava sua relação com os alunos. Ele era perfeccionista e viciado em seu trabalho.
0 Comments:
Postar um comentário